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Marcelo Costa é jornalista formado em Comunicação Social; editor do seminal Scream & Yell; escreve o blog “Calmantes com Champagne”; colunista do iG Música; editor de homes dos sites iG, iBest e BrTurbo e um dos raros jornalistas que vale a pena ler.
1) Por que o rock?
E por que não? risos. Sinceramente, não tenho resposta pra isso. É algo maior do que eu. Deve ter sido algo antes mesmo de eu nascer. Simplesmente, o zumbido de uma guitarra me faz sentir vivo. Não sei explicar o motivo…
2) Qual o atual papel da grande mídia, quando blogs, podcasts, produtores independentes e inumeros outros meios multiplataformas fazem o mesmo papel que ela e muitas vezes trazem as noticias bem antes que os filtros de divulgação transmitam os acontecimentos?
A grande mídia atinge o grande público. Blogs, podcasts e as demais plataformas são nichos segmentados e direcionados. Existem milhares de pessoas que podem descobrir uma banda pela “Ilustrada”, mesmo com o fato de eu ter falado da mesma banda meses antes no meu blog.
3) No seu blog você sempre mescla cultura pop com literatura e algum inconformismo com a atual situação política. Você acredita que um dia (mesmo que em um futuro longínquo) o panorama vai mudar, incluso aí o pensamento dos políticos?
Eu acreditava que iria mudar quando o PT assumiu o governo e… bem, serviu para nos mostrar que sonhar muitas vezes custa muito, ao contrário do que diz aquele samba-enredo. Agora, uma hora qualquer aparece alguém e nos devolve a esperança, nos coloca no caminho do bem. Não conheço essa pessoa, nem sei se ela nasceu, mas a única coisa que não temos o direito de fazer é desistir. Pelos outros e por nós mesmos.
4) Se você fosse o curador de um grande festival de música brasileiro (de diversos estilos) hoje, quais são as cinco bandas ou artistas que você traria para tocar aqui?
Leonard Cohen, Lou Reed com o show “Berlim”, Radiohead, The National e Wilco.
5) Qual o papel do jornalismo hoje e qual o conselho que você daria para um jovem que hoje decide estudar jornalismo e posteriormente seguir uma carreira cobrindo a área cultural?
Acho que o papel do jornalismo hoje ainda é o mesmo de sempre: reportar a verdade, mesmo que ela lhe custe o emprego. Honestidade e caldo de galinha nunca vão fazer mal a ninguém, sabe. E para os jovens que querem se profissionalizar nessa área o conselho é: seja malabarista! Saiba escrever nessa área e em mais umas cinco outras, pois você vai precisar escrever muito sobre tudo até se estabelecer. E isso não é ruim. Pelo contrário…
Um CD e um filme hoje?
John Cale, “Paris 1919” edição remaster. Um filme… “Acossado”, do Godard. Ainda estou pensando em Paris…
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Arthur Dapieve nasceu no Rio de Janeiro, em 1963. Formou-se em jornalismo pela PUC-Rio, onde leciona atualmente. Repórter e editor de cultura, trabalhou no “Jornal do Brasil” e no “O Globo”, onde desde 1993 assina uma coluna no “Segundo Caderno” às sextas-feiras.
1) Por que o rock?
Bem, parafraseando Mick Jagger, o que mais pode um garoto ocidental e urbano pós-anos 50 fazer a não ser ouvir uma banda de rock? Claro que há outros gêneros que se aplicam nesta definição (funk, rap etc) mas o rock influenciou e deu visibilidade a tudo o que aconteceu em música, hummm, jovem desde que Elvis Presley entrou na Sun Records para gravar um presente para a senhora mãe dele.
2) Qual o atual papel da grande mídia, quando blogs, podcasts, produtores independentes e inumeros outros meios multiplataformas fazem o mesmo papel que ela e muitas vezes trazem as noticias bem antes que os filtros de divulgação transmitam os acontecimentos?
A grande mídia tem dois papéis, eu acho: ela tem de ficar de olho e ouvido na pequena mídia, pois há muita coisa boa sendo apresentada em primeira mão por esta; e, com os recursos que têm e a possibilidade de concentrar mais audiência do que a maior parte dos blogs etc, ela tem a obrigação de melhorar seu nível, que anda meio preguiçoso. São, na minha cabeça, níveis complementares da mesma paixão pela música, ou pelo cinema, ou pela literatura…
3) Na sua coluna você sempre mescla cultura pop com literatura e política ou um inconformismo com a atual situação política. Você acredita que um dia (mesmo que em um futuro longínquo) o panorama vai mudar, incluso aí o pensamento dos políticos?
Não, infelizmente não acredito. O que não me impede de morrer esperneando. Acho que a gente pode, e deve, no máximo afiar os mecanismos de cobrança, para ao menos expor os políticos em toda sua patotagem e podridão, com raríssimas exceções que não vão fazer um verão. E me refiro ao mundo inteiro, não só ao Brasil.
4) Se você fosse o curador de um grande festival de música brasileiro (de diversos estilos) hoje, quais são as cinco bandas ou artistas que você traria para tocar aqui?
Pergunta difícil, mas… Lá vai: Radiohead, Amy Winehouse, Polyphonic Spree, Tom Waits e Last Shadow Puppets.
5) Qual o papel do jornalismo hoje e qual o conselho que você daria para um jovem que hoje decide estudar jornalismo e posteriormente seguir uma carreira cobrindo a área cultural?
O papel do jornalismo, hoje e sempre, é filtrar a incrível quantidade de informação e passar o resultado ao leitor, de modo claro, honesto e coerente. Às vezes conseguimos, às vezes não. Eu aconselharia ler/escutar/assistir a tudo que for possível. Qualquer pedacinho de informação um dia será útil, na tentativa de se organizar um filtro coerente. É montando um bando de dados mental, onde eles podem comparados, que hierarquizamos as obras de arte e podemos indicá-las.
Um CD e um filme hoje?
Filme: “A banda”, de Eran Kolirin. Bom, bonito e barato.
CD: “The age of understatement”, dos Last Shadow Puppets. Bom, bonito e rico.